sexta-feira, 1 de julho de 2022

Refletir e Existir.

 

Refletir e Existir.



Eu, Fernando Matos, sempre fui um sujeito que ouvi e ainda continuo ouvindo os irmãos. A madrugada é a minha única conselheira e implacável é ela nos conselhos noturnos sobre a Vida e a importância do Existir.


No ano de 2018 houve um número alto de suicídio entre os profissionais de Enfermagem, a minha esposa, mesmo perdeu uma colega que se jogou do apartamento onde morava e quando relatei isso nas mídias sociais fui bastante criticado por estar indiretamente incentivando a outras pessoas a cometer esse ato contra a maior riqueza humana… Absurdo é fechar os olhos para um grave problema como esse, o Suicídio, pois, só nos unindo em oração e ação de ouvir poderemos ajudar as pessoas que se encontram em desespero. Foi o que fiz e faço colocando minhas obras literárias para todos Refletir e se deixar levar por sentimentos que antes pesavam ser só “delas” (as pessoas). Desse jeito recebi irmãos no “bate-papodo Facebook dizendo estar prontas para o ato contra a própria vida. Conversamos por dias e graças a Deus consegui reverter esse pensamento por mais um tempo. A Enfermagem nunca descansa e está sempre presente nas festas de aniversário, nos parques, nas matérias de jornais e ativa na modernidade nas mídias sociais. Eu mesmo sofro de depressão e já me peguei pensando em tirar a própria vida, o que fiz? Conversei com Deus… Sabe qual foi a resposta? O corpo não é seu, foi emprestado para uma missão. Loucura? Não, é revelação. Daí por diante passei a vigiar mais de perto meus pensamentos ruins e orar muito mais, “Orai e Vigiai” lembram?


Assim veio 2019, 2020, 2021 e 2022 e não sei como estão aquelas pessoas que ajudei no seu momento mais complicado de suas vidas, tudo bem, respeito o livre arbítrio de cada um até porque morrer não é complicado. Difícil mesmo é arrumar outra oportunidade de reencarnar para continuar evoluindo. Amo a Enfermagem, Amo escrever até porque essa sempre foi a minha válvula de escape presente nas minhas veias criativas. Sei que estou passando por um momento muito complicado, mas tenho um lar abençoado, uma família colaborativa, alimento-me todos os dias… Então vou seguindo no existir deixando nas mãos do Supremo Arquiteto os problemas que não consigo resolver e colaborando com a educação da minha continuidade, meu filho João Emmanuell, a maior Benção que já recebi nessa Vida.


ILUSÃO



Solilóquio de sentimentos

Impuros numa noite Eternas,

Verdades claras.


Um corpo,

Bebida de mentiras Alcoolizadas.

Lâmina cega, Cortando a visão

Do espírito.


Insurreição de gestos Presos

Em passos lentos.

Imagem refletida no espelho da alma...

Já não tem o mesmo tamanho


Cedro da lei espiritual não está longe,

Inconsciente.

Idade que perdura na escuridão.



Inábil ser trampolim da iniquidade.

Corpo no solo do mundo,

Corpo solo no mundo.

Barricada de uma Existência Sofrida.



Deus do vento,

Da terra...

Deus do pensamento,

À vida...

Além da morte.



Antagônico Humano Humo...

Engodo da covardia,

Mesmo que a vitória tardia.

Adeus a um corpo,

Despedida Vida na lâmina cega.

Destroçar a própria ilusão

Seguindo o Caminho.



Fernando Matos

Enfermeiro e Poeta Pernambucano.

Foto: Google Imagens 



domingo, 23 de janeiro de 2022

Cuidar e Cuidado Nunca é Demais

 

Cuidar e Cuidado Nunca é Demais

 


O que é empatia?

No dicionário, uma das definições diz que ela é a capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente e de querer o que ela quer. Em resumo, poderíamos dizer que ter empatia é se colocar no lugar do outro.... https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/12/07/empatia-o-que-e-e-como-desenvolver-para-melhorar-suas-relacoes.htm?cmpid=copiaecola

 

Essa pandemia (2020/2022) fez-me lembrar de que ter empatia e ser empático são coisas completamente diferentes. No básico ter empatia é se colocar no lugar da outra pessoa. Isso na pandemia foi assunto de diversas mídias e bate papos entre pessoas na sociedade. Contudo essa não é uma palavra nova e ter esse tipo de atitude deveria ser um padrão social, mas não é ou talvez nunca foi.


Lembro-me bem de um ocorrido enquanto eu estava como preceptor de enfermagem de uma turma de graduação em um Hospital de grande porte aqui da Cidade do Recife/PE., onde me deparei com situações no mínimo aterrorizantes. Isso aconteceu há mais de 10 anos, estávamos começando o estágio no setor de Tisiologia com pacientes bastantes crônicos e já era regra lavar bem as mãos (sempre), manter distanciamento seguro paciente/profissional de saúde, usar máscara apropriada para o setor. Para quem não sabe o que um setor de Tisiologia: “parte da medicina que estuda a tuberculose.” Como todo bom Ser Humano o medo faz parte para poder enfrentar certos desafios e os alunos mesmo temerosos encararam com êxito o setor acima citado. Era uma ala dividida em setor feminino e setor masculino com duas enfermarias e resolvemos no primeiro dia ficar no setor masculino. Começamos as visitas de enfermagem com estudos dos prontuários, depois seguimos para exames físicos e durante esses procedimentos vimos passar uma jovem bonita, aparentemente saudável, de um corpo bem definido que chamou a atenção de todos os alunos de enfermagem que eu estava acompanhando. Uma das alunas chegou a perguntar: “Professor, o que essa jovem faz aqui nesse setor e sem máscara? Ela não parece estar doente, mas pode ficar, não é?” Respondi de forma afirmativa e uma das técnicas de enfermagem ao ouvir a conversa foi chegando junto e dizendo: “Que vê cara não vê coração professor” “essa jovem de quem vocês estão falando pode ser bonita, ter um corpo de chamar a atenção, mas é portadora da bactéria que causa a tuberculose e ela também é portadora do vírus do HIV/Aids. O pior é que ela diz em alto e bom som que não vai morrer só e vive fazendo sexo com todos os homens”.


Essa narrativa me deixou perplexo e depois de mostrar minha indignação sobre o assunto perguntei como poderiam fazer sexo em um hospital e ainda por cima doentes? A técnica de enfermagem informou algo muito mais grave, que a noite como é um hospital público e fica muito escuro e sem segurança “alguns” pacientes chegam a fazer o que querem, do sexo, ingerir bebidas alcoólicas até consumir maconha. Como disse acima isso aconteceu há muito tempo e nos dias atuais fiquei sabendo que a vigilância é mais rigorosa durante às 24 horas o que dá mais segurança tanto para os pacientes como para os profissionais de saúde que trabalham principalmente no turno da noite.


Então, é de espantar que a falta de “empatia” não é de hoje? Não, até porque escutamos no dias atuais frases como: “Eu estou doente com COVID19 e daí? Vou continuar minha vida normal”, “Todo mundo vai morrer um dia”, entre outras...


A verdade é que precisamos ter uma educação básica familiar para poder viver bem em comunidade. Como diz bem um ditado antigo: “Costume de casa vai a praça”. Cuidar é uma arte e consegue trazer para nós profissionais de saúde satisfação e alegria toda vez que um paciente recebe alta e segue sua vida com a saúde controlada. Ter cuidado, isso requer uma atenção sempre e contínua porque não sabemos o que iremos encontrar nas esquinas do mundo. Lembrando também que nem todo rostinho bonito é um bom sinal de boa saúde como relatamos o episódio passado no hospital público. Ser empático exige muita atenção em querer ajudar, ter postura empática, criar vínculo que fortaleçam a inteligência de uma relação segura para ambas as partes.


Ninguém vive só e sempre haverá um Ser Superior para julgar todos nós...


 

Fernando Matos

Enfermeiro e Poeta Pernambucano

(Direitos Reservados ao Autor da Obra)

Foto: Google Imagens